Como fazer o Efeito Especial (Prático) do Tiro Falso em Corpo

Como realizar o Efeito Especial (Prático) do Tiro falso em Corpo

O Efeito Especial (prático) do tiro falso em corpo é um efeito que requer alguns cuidados, pois é um efeito prático, ou seja, não utilizamos programas para sua realização. Ele é produzido através de um sensor que produz uma pequena explosão capaz de romper uma bolsa de sangue falso e uma camiseta, criando a sensação de que um tiro realmente aconteceu no ator. Embora seja eu efeito seguro, é preciso tomar alguns cuidados para que o ator não se machuque. É primordial que o efeito seja montado com calma e atenção, seguindo um passo a passo em detalhes, que ensinamos tanto no nosso Curso de Efeitos Especiais, quanto no nosso Curso de Produção Audiovisual com Ênfase em Efeitos Especiais e Visuais. Neste artigo, vamos mostrar como realizar esse efeito com segurança e listar alguns passos importantes para que isso aconteça:

Primeiro Passo: Fornecedor confiável

É importante você entender que há poucos fornecedores e nós somos a primeira empresa de ensino que realiza a curadoria de bons fornecedores no Brasil para nossos alunos. Você deverá cultivar um bom relacionamento com seus fornecedores, conhecer sua empresa e seus produtos antes de começar a aplicar o efeito em atores. Isso não é só uma dica para realizar esse efeito específico, mas para qualquer efeito especial (prático) que vá realizar. Aqui na escola, nós aplicamos a metodologia Design Thinking que se baseia em testes e aperfeiçoamento para melhoria de resultados finais, uma vez que os efeitos práticos dependem de diversos fatores para acontecerem. Estimulamos nossos alunos à realizar os mais diversos testes, pois apenas assim será possível o domínio de técnicas e da linguagem e a experiência alinhada à realidade do que acontece no set.

Segundo passo: Camisetas reservas

Quando você se aprofunda no efeito, vai perceber que após o preparo da camiseta, determinados tecidos vão romper com mais facilidade que outros. Isso influencia o tamanho do buraco ocasionado pelo efeito na camiseta. É necessário que o cineasta faça testes com a camiseta que irá usar para a realização do efeito, afinal o efeito é montado na camiseta. Com isso, após os testes e a definição da camiseta a ser utilizada, a equipe poderá fazer um segundo teste do efeito, mas dessa vez no ator, antes das gravações, ou seja, a camiseta deverá ser colocada no ator com o aparato e o sensor ser ativado. É importante que o ator passe pela experiência (se for a primeira) do efeito, pois geralmente eles se assustam e se desconcentrar com o som e o realismo do efeito.
Depois de definida a camiseta a ser utilizada e o ator passar pela experiência do efeito, é necessário que a equipe disponibilize camisetas reservas para as gravações, pois caso a cena precise ser refeita, o material deve ser de fácil acesso para remontar o efeito (ou a equipe pode deixar de uma a duas camisetas reservas já montadas com o efeito).

Terceiro Passo: Preparação do Sangue Falso

A preparação do sangue falso é importante para que o efeito aconteça como desejado pelo cineasta. Por isso, sua densidade e coloração serão dois pontos de atenção. Por exemplo, o sangue de zumbi costuma ser mais denso e mais escuro que o sangue de um humano. Há três cores que participam da coloração final do sangue: o amarelo, o azul e o vermelho. O vermelho é a primeira cor que deve ser acrescentada à base. É a cor principal. Depois, a cor amarela irá colaborar com um rastro alaranjado no sangue ao mesmo tempo que colabora com o brilho do sangue. Por último, o azul ajuda na profundidade do sangue. Muito cuidado com a cor azul, ela deve ser acrescentada em pequenas gotas, pois pode transformar seu sangue em um vinho bem escuro com facilidade.
O sangue produzido deve ser testado com a luz que será utilizada na cena, pois caso isso não aconteça, a coloração do sangue pode tornar a cena não convincente.

Quarto passo: Montagem do Efeito

Para a realização do efeito, é necessário ter uma camiseta, uma bolsa de sangue, que irá conter o sangue falso, proteções para o ator, o sensor de tiro falso e fitas. O cineasta montará o sensor sobre duas camadas de proteção: um suporte de ferro que irá conter a explosão no corpo do ator e um pedaço de couro, que servirá como uma segunda proteção. Acima do sensor, será colocada a bolsa de sangue e todo o aparato ficará preso através de fitas adesivas. Após aprontar o aparato, ele deverá ser preso à camiseta através de fitas, posicionando as proteções em direção ao corpo do ator e a abertura do sensor colada na camiseta do ator, garantindo que o efeito aconteça na direção contrária ao corpo do ator. O acionamento do sensor poderá ser feito através de fios e uma bateria ou sem fio. É importante que a montagem do efeito seja exaustivamente treinada e testada, garantindo o domínio da técnica.

Quinto Passo: Teste

É importante que o cineasta realize os testes citados no segundo passo. Os testes colaboram com a confiança e segurança na realização do efeito. Não vá para o set sem realizar seus primeiros testes. Isso será importante para a fixação da técnica.

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Foto do Fundador e professor da Escola de Efeitos Especiais Delson de Matos Gomes

Sobre o Autor

Apaixonado pelo Audiovisual, Delson trabalha produzindo filmes, lecionando em Universidades, Festivais e Workshops, além de ser um estudioso do setor. Especialista, Mestre e Doutor em Comunicação Audiovisual, produziu estudos profundos sobre o Western e Cinema Catástrofe no Brasil.

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